segunda-feira, 24 de março de 2014

12 PRÁTICAS PARA LIDAR COM A BIRRA


O escândalo que algumas crianças fazem diante de uma frustração pode acabar com o dia de qualquer um. Perdidos e nervosos com o barulho e a atenção que a criança atrai, muitas vezes em público, os pais não sabem o que fazer. A solução não envolve gritos, puxões de orelha ou palmadas , mas sim firmeza e autoridade, desenvolvidas a médio prazo. (...)

1. Não perca o controle: seja firme, mas também acolhedor Assim que a criança começa a fazer uma cena dramática no shopping ou no parque, é melhor segurar as rédeas da situação do que entrar na mesma dança. Pode ser que você esteja ficando muito irritado, mas segundo o psicólogo e terapeuta familiar João David Cavallazzi Mendonça, pais que perdem o controle podem assustar ainda mais a criança e tornar a birra ainda pior.

Mas os pais tampouco devem amolecer. Segundo a psicopedagoga Quézia Bombonatto, presidente da Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPp), os adultos devem manter firmeza no tom de voz e falar com a criança na altura delas, explicando que atitudes como esta não irão mudar nada. Ao perceber que a criança está prestando atenção, João David ainda indica demonstrar acolhimento: segurá-la no colo e explicar o porquê da negativa poderá ajudar bastante.

2. Não ceda aos apelos da criança e mantenha a palavra Por culpa ou falta de paciência, às vezes os pais acabam cedendo aos pedidos dos filhos e deixam a birra passar como se não fosse nada demais. Esse é um erro fatal: segundo Dora Lorch, a criança pode ficar cada vez mais autoritária, pois percebe uma maneira de sempre conseguir o que quer. Segundo a psicóloga e psicoterapeuta familiar Ana Gabriela Andriani, as crianças precisam entender que nem sempre terão o que desejam e quando desejam, e que sua insistência não é uma cartada aceita nesta hora.

3. Dê exemplos: sair batendo porta dentro de casa não é um deles Que os pais devem ser bons modelos para seus filhos e esta premissa vale também para momentos de raiva em que o adulto resolve fazer a própria “birra” – batendo uma porta em casa após um momento de estresse, por exemplo. “Às vezes a criança está apenas repetindo o comportamento da mãe”, diz Dora Lorch.

Quanto mais atenção os pais derem à birra do filho, pior será o comportamento dele

4. Não dê atenção à birra Aos dois anos, Rafaela, filha da socióloga Ariane Torezan, foi com a mãe ao supermercado. Quando Ariane proibiu a filha de levar para casa uma guloseima, Rafaela se deitou no chão, começou a chorar e a gritar. “Não tive dúvidas: virei as costas e continuei andando. Ela não teve outra alternativa se não parar de chorar e vir atrás”, relembra Ariane.

Para o psiquiatra e educador Içami Tiba, autor de “Disciplina: Limite na Medida Certa” (Integrare Editora), as crianças precisam passar pelo estresse de perder a segurança na hora da birra. “Se ela se sente insegura, muda. A criança fica preocupada se os pais a deixam”. Rafaela, hoje com nove anos, nunca mais teve qualquer comportamento parecido.

5. Dê castigos proporcionais (e não se sinta culpado depois) As crianças devem entender que seus atos têm consequências. Para não se arrepender no meio de um castigo , os pais devem calcular adequadamente o tempo de punição. “Para uma criança de dois anos, um castigo de dez minutos já é o bastante”, recomenda Quézia Bombonatto. Na orientação da Supernanny Cris Poli, um minuto por ano de idade é uma boa medida. Mas tudo depende da gravidade da birra e de como aquela família funciona.

6. Não meça forças com a criança e seja flexível de vez em quando Os pais devem ser firmes e mostrar quem coloca as regras no dia a dia. Mas isso não significa incorrer no autoritarismo. “O ‘não pode’ deve ser usado para o que realmente é importante”, diz Quézia Bombonatto. 

Se a criança começa a desarrumar a sala logo após uma arrumação, os pais não precisam proibi-la, mas podem deixar claro que ela terá que arrumar tudo depois. Algumas coisas podem e devem ser negociadas com a criança. Afinal, será que 10 minutinhos a mais no parquinho é um grande transtorno? “Essa flexibilidade também pode ser benéfica”, concorda João David.

7. Explique o que ela está sentindo e veja o que está acontecendo Dar nome ao que a criança está passando pode ajudá-la a se controlar. “Ela ainda está em processo de aprendizado e precisa aprender a identificar o que está sentindo”, explica João David. Assegurá-la de que ela está sendo, de alguma forma, compreendida, é importante.

Por isso, o adulto deve sentar com ela e explicar que sabe como ela se sente, mas agora não é possível ter o que ela quer, pela razão que for. Descobrir as razões infantis também é necessário. Às vezes, a criança pode muda de comportamento por uma razão não aparente, como o nascimento de um irmão mais novo ou a volta da mãe ao trabalho. “Ao ser questionada, a criança vai explicar com menos ou mais recursos, dependendo da idade, e tudo vai ficando mais fácil”, diz Dora Lorch.

8. Distraia a criança Segundo Quézia Bombonatto, em certas situações chamar a atenção da criança para outra coisa pode ser a melhor saída para a birra. Especialmente quando o comportamento desanda em locais públicos. Fazê-la rir ou distraí-la com outro atrativo costuma ser efetivo e a criança pode esquecer a razão do escândalo que estava fazendo minutos atrás.

9. Compare a atitude dela com a das pessoas ao redor Ana Gabriela Andriani também sugere comparar a criança com as outras pessoas no local e mostrar que ninguém mais está chorando, só ela. “A criança só consegue enxergar a si mesma. Ajudá-la a se comparar aos outros é uma maneira de fazê-la se sintonizar com o mundo”, diz.

Filhos podem imitar as atitudes dos pais: evite a "birra de adulto"

10. Não insista em conversar na hora da raiva Assim como muitos adultos, a criança não irá ouvir o que os pais estão dizendo no calor de um ataque de birra. “Nesta hora ela está focada na frustração, não está ouvindo”, diz Ceres de Araújo. Por isso, o melhor pode ser ignorar a atitude dela e conversar mais tarde, quando ela estiver mais calma, sobre o ocorrido. Neste período, os pais podem aproveitar para pensar na atitude que irão tomar.

11. Valorize e qualifique a criança sempre que possível Reforçar positivamente o bom comportamento infantil depois de um ataque de birra ajuda a prevenir novos episódios. Se um dia a criança fez uma birra homérica no parque, ao voltar ao mesmo lugar o pai pode lembrar que confia nela para a história vivida no passado não voltar a acontecer. “Esta é uma maneira de qualificar o filho, mostrar que você acredita que ele pode ser diferente”, diz João David.

12. Tome medidas preventivas Sentir fome e sono sem poder suprir as necessidades são sensações capazes de deixar qualquer um irritado. Para as crianças, estas sensações podem facilmente se transformar em birra. Por isso, manter uma rotina de sono e alimentação ajuda a evitar a irritação. “Os pais devem identificar o que pode ser evitado. Se sabem que a criança costuma dormir às nove horas da noite, não é ideal sair para jantar neste horário”, exemplifica João David.   

FONTE: Disponível em https://www.facebook.com/notes/aprender/12-dicas-pr%C3%A1ticas-para-lidar-com-a-birra/651515464908477. Acesso em 18 de março de 2014.

segunda-feira, 17 de março de 2014

AI, NÃO MORDE QUE EU NÃO SOU PIZZA!!!


Imagem retirada do site da revista crescer

A Mordida na educação infantil


Nos primeiros anos de vida, o principal contato da criança com o mundo exterior, acontece na forma oral, no primeiro ano, o ato de sugar o seio que é fonte de alimento e prazer, é também uma forma de interagir com o mundo (choro/balbucio), mesmo após os primeiros aprendizados da língua oral, a criança continua usando a boca, como forma de explorar e descobrir o mundo. Este ato, se relaciona à fonte de libido, mas não está relacionada ao libido de forma erótica, mas sim como prazer e exploração do mundo, quando morde, a criança não busca provocar a dor intencionalmente, embora o ato de morder seja prazeroso, ela está apenas explorando o meio, seus limites e o outro. Sigmund Freud (1856-1939), diz que a criança experimenta o mundo (e o outro) através da forma oral, para ele, o prazer de morder está relacionado com o uso do instrumento que a criança melhor domina, a boca. Com isso, a boca vai ganhando novas funções, da nutrição, vem o choro, para expressar e conseguir mais rapidamente, a atenção que deseja, após os balbucios e as primeiras palavras, a mordida vem como uma forma rápida de manifestar o que deseja.
Não há educador que não tenha vivenciado esta fase, pois embora cause estranheza e medo aos pais e seja um estresse na rotina diária do professor, este comportamento não é anormal e encontra suas justificativas, dentro das características do desenvolvimento infantil.
Segundo D’Andrea, a fase oral é dividida em duas etapas, a de sucção e a de mordida.
Na fase da mordida “há uma tendência a destruir, morder, triturar o objeto antes de incorporá-lo”. Essa fase é dividida em duas características principais, sendo oral receptiva, quando o sujeito não passa por privações, tornando-se uma pessoa muito generosa e oral agressiva que aparece uma “tendência a odiar e destruir, a ter ciúmes da atenção que outros recebem, a nunca estar satisfeito com o que tem e a desejar que os outros não tenham algumas coisas, mesmo que não as queira para si”.


QUANDO A MORDIDA É NORMAL E QUANDO DEIXA DE SER?

Henri Wallon (1879-1962), diz que a criança está testando os limites do próprio corpo, formando sua personalidade individual, quando morde, ela está elaborando seu “eu corporal”, ou seja, descobrindo onde acaba seu próprio corpo e onde começa o do outro.
Até os quatro anos, a mordida é considerada normal, como forma de expressar-se e até lidar com frustrações, crianças em adaptação na escola ou crianças ciumentas que recebem um coleguinha novo, podem morder para expressar sentimentos. A criança ainda não consegue verbalizar seus anseios como, “estou com ciúmes” ou “quero ir para casa”, pode fazer uso da mordida para expressar seus medos.
Crianças sensíveis a frustração, quando contrariadas por um colega, durante uma disputa por brinquedo ou a recusa do educador a permitir que faça algo, podem morder como forma de expressar raiva.
Após os 3 anos, quando a criança já é capaz de expressar oralmente o que sente e já entende com clareza que morder provoca dor e machuca, é preciso buscar uma ajuda especializada, como forma de controlar este comportamento, caso ele persista.
Ao identificar qual a razão que leva a criança a morder, cabe ao educador interferir, buscando sanar o problema, seja dando atenção e um colinho para quem mais precisa, seja negociando brinquedos e intermediando disputas.

E COMO AGIR?

Seja firme, diga que não foi legal, que o amigo agora está sofrendo e chorando, pois morder machuca. Não estenda o “sermão”, seja breve;
Leve a criança que mordeu, para prestar atendimento ao colega que foi vítima, durante este momento, chame a atenção para o fato do colega estar chateado e com dor;
Algumas crianças que mordem mais frequentemente, devem permanecer sempre próximas ao educador, para que o mesmo possa interferir de forma rápida, evitando novas investidas;
Explique que na boca, mastigamos pizza, bolo, arroz, feijão, que o colega não é comida, é amigo e devemos acariciar;
Elogie bastante, a cada demonstração de carinho e verbalizações orais;
Converse com os pais, explique como aconteceu, fique mais atenta para que não se repita, mas não deixe de orientar que esta ação faz parte do desenvolvimento infantil;
Avise aos pais da criança que mordeu sobre o fato e comunique os familiares da criança que foi mordida, mas jamais, divulgue o nome da criança que mordeu, para evitar a criação de rótulos e até o mal estar entre as famílias;
Em alguns casos, pais de crianças que mordem, costumam brincar usando a boca e até dando pequenas mordiscadas na criança, explique que o filho pode estar repetindo o gesto, mas por não ter noção da sua força, acaba passando dos limites;
Tome bastante cuidado, pois mordida “pega”, muitas vezes, os familiares da criança mordida ficam tão indignados, que chegam a recomendar que a criança faça igual ou mesmo, a própria criança pode achar que esta é uma forma eficaz de resolver seus conflitos;
Lembre-se: O isolamento não ensina, pois só a convivência vai educar. Separe a criança do grupo somente quando precisar prestar atenção em outras coisas como preencher uma agenda ou trocar uma criança, no restante do tempo “olho vivo e pernas rápidas”;
Aprenda a identificar o contexto no qual a criança costuma reagir mordendo, desta forma, antecipe-se e fique junto, mediando a relação e orientando a criança a agir de forma correta;
Não permita que a criança usufrua do brinquedo ou do colinho, que conquistou na base da mordida, estimule também, o pedido de desculpas;
Se você vai fazer uso de alguma medida punitiva como afastar a criança do grupo por alguns instantes, antes combine e previna a criança;
Não deixe que criem rótulos como nesta turminha tem "tubarão", ou fulano é um mordedor, oriente os pais com segurança e informe-os sobre as características do desenvolvimento infantil. Antecipe-se ao problema.

Querida Profe, embora estressante e bastante tumultuada, esta fase é passageira, a criança quando bem amparada e orientada, aprende a se relacionar da forma correta. Não esqueça que tudo na vida dos pequenos é constante aprendizado. Se conduzirmos de forma firme, mas afetiva, estes comportamentos se transformam em uma relação saudável. Leia bastante sobre as características da sua faixa etária e observe o seu grupo de crianças, investigando a ação das crianças e seu comportamento diante de algumas situações do cotidiano, é possível antecipar a reação dos pequenos, evitando este confronto mais direto.


Márcia O. Soares
Orientadora Pedagógica

Crianças que gostam de morder
Morder é uma forma de a criança expressar insatisfação. Os pais devem conter essa atitude.
Redação Crescer

Você tem um pequeno mordedor em casa, acalme-se. A mordida é uma das formas que as crianças têm de demonstrar insatisfação. Também costumam empurrar ou jogar objetos longe. Isso tudo é esperado em uma fase de comunicação rudimentar, enquanto a criança não consegue se expressar bem com palavras. Acrescente-se a isso impulsividade. As emoções ainda não estão sob controle. E a combinação dá muitas vezes em uma mistura explosiva.
Quando a criança dessa idade quer algo e o objeto desejado está na mão de outro, entra em disputa. "Como tem urgência em resolver a questão, ela reage com a parte do corpo que tem mais coordenação, que é a boca, região que usa intensamente desde o nascimento", explica a psicóloga Lúcia Franco da Silva, da Faculdade de Psicologia da PUC-SP.

Falar mil vezes

As dentadas podem começar tanto em casa quanto na escola. Os pais precisam refrear as mordidas para que não se tornem um hábito. Além de conter a reação agressiva, os pais precisam ser coerentes. "Se uma hora deixam porque acham engraçadinho e em outra reprimem, o filho fica sem saber como agir", alerta Lúcia Franco.
Para a pediatra Sandra Oliveira Campos, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), as únicas crianças que se mantêm mordedoras são aquelas com algum problema no desenvolvimento. Então, não resta outro jeito senão a repetição das regras. É cansativo, mas todos só têm a ganhar. "Ao dizer que dói, por isso o amigo chora, você chama a atenção do filho para um valor muito importante, que é o respeito pelo outro", orienta a médica.

Agressor e agredido

Os pais dos mordedores costumam ser mais relaxados do que aqueles que enxergam no corpo do filho dentadas alheias, segundo a pediatra Sandra. Se você está entre o grupo dos filhos mordidos, também relaxe. Quando a criança começa a viver em grupo, acaba descobrindo como se defender e se impor entre os coleguinhas. E uma hora ela vai avisar ao amigo mordedor que não gostou e não quer ser mordida de novo. Nunca incentive seu filho a revidar. "Os pais jamais devem estimular a agressão", ensina Sandra.